Amyr Klink é um explorador, escritor e velejador brasileiro nascido em São Paulo em 1955. Ele ficou conhecido por suas diversas expedições em veleiros pelos oceanos do mundo, em busca de desafios e aventuras.
A paixão de Klink pela navegação começou quando era adolescente e navegava com seu pai em um barco a remo na represa Guarapiranga, em São Paulo. Depois, durante seus estudos de engenharia naval, ele se envolveu com a construção de veleiros e sua paixão pela navegação cresceu ainda mais.
Amyr realizou várias expedições marítimas que chamaram a atenção do mundo, como a travessia solitária do Atlântico Sul em um pequeno barco de 6,5 metros de comprimento, em 1984. Em 1989, Klink embarcou em uma nova aventura: a travessia do Oceano Antártico em um veleiro de 50 pés, o Paratii. Ele também foi o primeiro brasileiro a navegar pelo temido Mar de Bering, entre a Rússia e o Alasca, em 1998. E em 2001, ele e sua equipe navegaram pelo Estreito de Drake, um dos mares mais perigosos do mundo, que separa a América do Sul da Antártida. Ele é uma das lendas brasileiras quando se trata de aventuras e coragem.
Mas quero falar da sua primeira expedição. A jornada dele se deu solitariamente de um barco a remo pelo Oceano Atlântico Sul, partindo de Luderitz, na Namíbia, até a cidade de Salvador, na Bahia. A viagem durou 100 dias, e durante todo esse tempo, Klink esteve sozinho em seu barco, enfrentando uma série de desafios e obstáculos.
Como alguém resolve se lançar ao mar e passar 100 dias remando de um continente pra outro? Parece coisa de maluco né?!.
Bem, a história não é bem assim. Amyr passou mais de 2 anos pesquisando, projetando e planificando tudo sobre a travessia. Quem convive com o mar sabe que as condições nos oceanos são muito dinâmicas, porém algumas coisas que não mudam como é o caso das correntes marítimas. Amyr montou o seu plano a partir disso. Ele encontrou uma forma de “pegar carona” nelas pra garantir completar a viagem.
Outro ponto importante era enfrentar as grandes ondas durante a travessia, ele inicialmente tinha um plano de construir um barco que fosse “invirável”, para garantir a segurança dele e dos equipamentos, porém depois de vários projetos nenhum projeto naval era capaz de garantir que o barco pudesse virar. Os desenhos técnicos apontavam para barcos muito pesados e lentos ou barcos que eram inseguros em outros aspectos. Por isso, depois da sétima ou oitava tentativa, Amyr procurou um engenheiro naval, José Carlos Fúria do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estados de São Paulo, que depois de muitos planos e conversas projetou um barco leve e seguro. Mas o barco tinha uma característica diferente, ele não foi projetado para ser estável e sim para virar e desvirar o tempo todo. Na prática eles construíram um barco que veio capotando da África ao Brasil.
Pra mim o maior aprendizado dessa aventura do Amyr é que não dá pra impedir a capotagem na vida, mas se a gente se planejar dá pra prever o tombo e dar a volta por cima. Se você quer conhecer um pouco da história do Amyr Klink, essa viagem está relatada no livro “100 dias entre o céu e o mar”, eu super recomendo a leitura. É fácil de ler e muito interessante e cheio de curiosidades e aprendizados pra vida.
Como filho de peixe, peixinho é, na família Klink a história de repetiu. Conheça a história da Tamara Klink, isso mesmo filha de Amyr e Marina Klink, que se aventurou, também, sozinha pelo mar do norte da Europa entre a Noruega e a França e seguiu a risca o aprendizado do pai.
Você teria coragem de embarcar nessas viagens?